Ao Som da Chuva

Setembro 26 2010

 

O tempo passa, as saudades permanecem...

  

Passado tantos anos continuo a perguntar-me PORQUÊ?

 


Setembro 17 2010

 

 

 

 

Queria tanto que estivesses aqui...

 

:'(

 

 

 


Setembro 23 2009
 
 
Vinte anos depois a dor continua como se tivesse sido ontem…
 
Para os outros foi hà tanto tempo, mas para mim ainda continua tão presente…
Aqueles momentos, os poucos que me consigo recordar… luto constantemente para que nunca sejam apagados da minha memória… gosto de te sentir por perto.
 
Sangue do meu sangue… os mesmos traços… as mesmas iniciais… o mesmo numero de letras… tudo tão perfeito e ao mesmo tempo tão incompleto…
 
A mágoa permanece ano após ano… é uma dor que me irá acompanhar para sempre…
 
Levaste uma parte de mim mas deixaste tanto de ti… tantos sorrisos… tantos carinhos… tanta alegria e tanta tristeza…
 o tempo não estava do teu lado  já é tarde de mais para falar .
Mas é necessário  Que saibas que ...  

 
 
 
Nunca te esquecerei Dina     
Não permitirei que partas do meu coração
Estarás sempre aqui comigo.
 


    

Setembro 16 2009

saudade é solidão acompanhada,

é quando o amor ainda não se foi, mas o amado já.

saudade é amar um passado que ainda não passou.

é recusar um presente que nos magoa

é não ver um futuro que nos convida.

Saudade é sentir que existe o que já não existe!!

 

Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás!!

é o gesto de morte na boca dos que continuam!

 

HOJE FAZIAS 29 ANOS....


Julho 15 2008
 

 

 

 

Um livro de Vitor Manuel Contreiras Barros, residente em Santa Catarina da Fonte do Bispo. Amante da escrita e da leitura. Decidiu escrever este livro em Homenagem ao seu Sobrinho Pedro que viu falecer aos 9 anos de idade.

 

Um livro dedicado a todos os meninos que já partiram e que nunca irão morrer, porque "Os Meninos Nunca Morrem" e as meninas também não.

 

Bem logo na dedicatória disseste que ia molhar algumas páginas do livro e posso dizer-te que comecei logo aí. Continuei depois quando vi que este teu livro era também dedicado à minha irmã. Sensibilizou-me muito, muito, mas mesmo muito. Depois já cansada de tanto chorar decidi fazer uma pausa e ler a contracapa, coisa que normalmente não faço. E pronto desfiz-me em lágrimas novamente.

 

Deixo então um excerto do livro:

“E a estrada cheia de sonhos espalhados na berma, pedaços de ti, pedaços de vida desunidos, uma perna caindo do lençol, um bracinho branco escorregando dos dedos sem vida…. Pedaços de terra caiada de sangue a escorrerem da boca e da bola…. E a bola, cheia de lágrimas amarelas da cor da terra castanha, deixando cair uma perna e um bracinho sem vida…. E eu, ao lado do lençol sem branco, agarrando o teu bracinho pendente sem vida, sem dedos, passo-te a mão na cabeça adormecida e sussurro-te ao ouvido: Os putos nunca caem, os meninos nunca morrem...!”

 

Obrigada pelo livro e pela surpresa...

Gostei muito =)

 

 

http://www.imagenscompalavras.blogspot.com/ (Blog do autor)

 

  

...
 
ESCREVER UM LIVRO
 

Escrever um livro é entregarmo-nos aos outros,

com o que isso tem de exaltante e devastador.

É exaltante porque nos permite dizer que existimos,

dizer quem somos, partilharmo-nos,

às vezes de tal modo que leitores perspicazes descobrem em nós

o que nem nós próprios conseguimos descobrir.

Exaltante porque satisfaz o nosso desejo de sermos admirados.

Mas também devastador porque permite todas as devassas,

todas as distorções, todas as manipulações.

Devastador porque alimenta a nossa vaidade.

 

HENRIQUE DÓRIA

 

 

 

 

 

 

 

Mais uma vez parabéns pela coragem e ousadia =)

publicado por DN às 23:25

Janeiro 29 2008

Hoje vou deixar um post mais sério...

É parte de uma reflexão que elaborei no segundo ano do curso para a cadeira de psicologia... é um tema que mexe comigo, pois também eu perdi um irmã quando tinha quase cinco anos e é um acontecimento que ainda hoje está presente no meu dia-a-dia. marcou a minha vida e decidi estudar os "comportamentos" de crianças que perderam irmãos... é uma reflexão relativamente curta, mas talvez aborrecida para quem a pretenda ler na totalidade... enfim... hoje decidi partilhá-la convosco...

 

Vocês dizem:

É cansativo estar com crianças.

E não há dúvida que têm razão.

Depois acrescentam:

Porque temos de nos pôr ao nível delas,

Porque temos de nos baixar, inclinar,

Curvar, tornar pequenos.

Mas aí vocês estão enganados.

O que mais cansa não é isso,

O que mais cansa é sermos obrigados a

Elevarmo-nos até à altura dos seus sentimentos.

Esticarmo-nos, alongarmo-nos, a ficar nos bicos de pés.

Para não as magoar.

Janusz Korszak  

 

 

E não é verdade esta citação? E não dirá ela precisamente o que muitos de nós ainda não compreendeu? As crianças são um ser mágico e superior, ao qual temos de tentar chegar e compreender. Surgiu a idéia de explicar como se sentem as crianças quando falece o seu irmão, e como muitas vezes é insuficiente a ajuda que os educadores dão a estas crianças, possivelmente porque não se sentem à vontade com o tema, porque não sabem como ajudar ou simplesmente porque acham que uma criança por ser pequena de mais não sofre com a morte de um familiar próximo e que depressa se esquecerá do assunto.

Na verdade a partir dos quatro anos a criança começa a fazer um trabalho de luto quase idêntico ao dos adultos pois nesta altura ela já se encontra individualizada e já concebe a morte como uma separação definitiva, ela sabe que nunca mais voltará a estar com o irmão.

O impacto deste acontecimento trágico dependerá muita da forma como os pais elaboram o luto pelo seu filho perdido. Se os pais desenvolvem um luto patológico, se não se resignam com a perda de um filho ou se demoram a fazê-lo, os restantes filhos podem sentir-se abandonados e frustrados, na medida em que sentem que não conseguem ser tão bons ou competentes quanto aquele que faleceu, que não conseguem nem nunca conseguirão substituir o irmão nos corações dos pais e que estes nunca gostarão deles como gostaram do seu irmão.

Assim mesmo que a morte ocorra precocemente na vida de um irmão os traços desse acontecimento serão sempre indeléveis, prevalecerão para sempre na maneira de agir do irmão sobrevivente.

Após a morte do seu irmão, os irmãos sobreviventes sentem culpabilidade e remorsos pois qualquer criança em algum momento da sua vida deseja ser filho único, deseja que o irmão desapareça, sentem-se por isso arrependidos e culpados pela morte como se esta fosse fruto dos seus desejos.

Existem aqueles que se castigam a si próprios desejando a sua morte que julgam merecida por outrora terem feito mal (ou simplesmente desejado faze-lo) ao irmão morto.

Outros ainda experimentam um sentimento de mediocridade e perguntam-se porque não morreram eles em vez do seu irmão? Na maior parte dos casos esta desvalorização é suscitada pela própria atitude dos pais. Que abatidos pelo desgosto e profundamente obcecados pela morte do filho não dão tanta atenção ao filho sobrevivente que se sente rejeitado e inútil.

E a morte de um irmão fará perder só este irmão? Não, a morte de um irmão fá-lo perder não só o irmão como também os pais de outrora e a atenção que estes lhe dispensavam. Faz perder não só o amigo de brincadeiras (se não existir grande diferenças de idades) como também muito do amor dos pais, não é que estes deixem de gostar dos filhos sobreviventes mas ficam tão absortos na morte do filho que se esquecem por vezes daqueles que ainda sobrevivem.

Podemos dizer que o modo como cada um dos irmãos sobreviventes enfrenta a morte do irmão depende da forma como os seus pais pontuam este acontecimento. Mas também da sua própria personalidade, em especial da sua maior ou menor vulnerabilidade às perdas.

Quanto mais cedo acontecer a morte de uma criança mais possibilidade há de ela ficar na história da família como um ídolo difícil de irmanar pelos outros irmãos. Principalmente porque não teve tempo para decepcionar, isto porque os pais sofrem as maiores desilusões com os filhos quando estes se encontram na adolescência, na altura da rebeldia de regras, com os filhos ainda pequenos os pais ainda vivem um período despreocupado, sem problemas. O irmão morto é sempre uma espécie de irmão-fantasma, pois é para sempre lembrado e comparado com o irmão sobrevivente (“o teu irmão nunca faria uma coisa dessas”, “era um anjinho”) pelos pais e restantes familiares.

Se a fratria é de dois irmãos, o irmão que sobrevive torna-se filho único o que modificará radicalmente o seu estatuto na família. Se for o mais novo o sobrevivente, vê-se privado do seu professor, de um segundo pai que o ajuda, que é generoso para com ele, se for o mais velho o irmão sobrevivente perderá aquela criança que o adora, lisonjeia, e tenta seguir os seus passos, a sua maneira de ser, de vestir e de falar. Quando um dos irmãos morre, o sobrevivente perde todos os benefícios de ter um irmão, a forma de comunicar sem palavras que eles tinham desenvolvido entre si (a sua linguagem secreta) desaparece e deixa de poder ser utilizada.

Torna-se claro que qualquer mudança na fratria gera estresse e crise, normalmente passageira pois obriga a modificar o comportamento que terá de ser diferente daquele a que estavam habituados a ter e que correspondia às suas afinidades mais profundas.

Muitas vezes surge a depressão na criança, a depressão pode ocorrer em bebés, crianças ou adolescentes e caracteriza-se por um conjunto de sintomas que devem estar presente no mínimo durante duas semanas:

São eles o humor depressivo (quando a criança está irritável em vez de triste), a diminuição clara do interesse ou prazer em quase todas as actividades da maior parte do dia, perda ou aumento de peso significativas, insónia ou hipersonia quase todos os dias, agitação ou inibição psicomotora quase todos os dias, fadiga ou perda de energia quase todos os dias, sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada, diminuição da capacidade de pensamento, concentração ou indecisão, e por fim pensamentos recorrentes acerca da morte, ideias suicida, tentativa de suicido ou plano especifico para cometer suicídio.

Este tipo de depressão surge após um factor precipitante com valor de perda ou de luto como por exemplo: divórcio dos pais, falecimento dum pai, irmão ou avó. Pode ainda acontecer perante o desaparecimento dum animal de estimação, mudança de residência, perda de um amigo ou mesmo presença de um acontecimento trágico. A televisão, por vezes, transmite notícias de tal modo repetidas e traumáticas em casos referentes à morte súbita e acidentes graves de viação, muitas crianças quando confrontadas com tais imagens, reactivam perdas e lutos passados.

Os adultos têm tendência a só valorizar as causas que para eles fazem sentido e esquecem que nalguns casos o significado duma perda para uma criança é completamente diferente daquele que o adulto lhe atribui.

E perder um irmão terá apenas o lado mau? É evidente que todos estes desarranjos na estrutura familiar não têm apenas o lado mau, na maior parte das vezes provoca um crescimento ou amadurecimento dos restantes irmãos que se vêem obrigados a alterar os seus papeis dentro da estrutura familiar e a tornarem-se crianças modelo para não perturbarem ainda mais os pais.

Na minha opinião os Educadores têm um papel preponderante na ajuda da criança sobrevivente a ultrapassar os sentimentos negativos que esta tem à flor da pele, o educador poderá ter um lugar activo ajudando a enfrentar os seus medos, mostrando-se aberto para responder a todas as dúvidas e perguntas que a criança acaba por não fazer aos seus pais com medo de os magoar. Esta criança precisará não apenas de momentos de diversão junto dos colegas e amigos como também momentos individuais onde se encontra só com os seus pensamentos ou onde toda a atenção seja dispensada para si uma vez que em casa isto não acontece. Por vezes os pais encontram-se tão desanimados e centrados na morte do seu filho que “esquecem” do sobrevivente, não lhe dão a atenção e amor necessários nesta fase da sua vida, sendo a criança obrigada a procurar esse amor e atenção noutros adultos que não os pais, tais como outros familiares (tios, avós, irmãos mais velhos) e educadores.

 

DN

2005/2006

 


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